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Setor de Veículos Pesados Alerta para Custos e Juros, Apesar de Crescimento em Janeiro

Produção e vendas registram melhores números desde 2021, mas aumento do diesel e taxas de juros elevadas preocupam montadoras de caminhões e ônibus.

Redação Rádio Ônibus 11/02/202526 views

A indústria automobilística brasileira iniciou 2025 com números positivos. Em janeiro, a produção de veículos foi a maior para o mês desde 2021, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). O setor também registrou um crescimento de 6% nos emplacamentos em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 171 mil unidades vendidas — o melhor desempenho dos últimos quatro anos.

Outro dado de destaque foi a forte alta nas exportações, que avançaram 52% na comparação com janeiro de 2024, enquanto as importações cresceram quase 25%. Mesmo com esse cenário favorável, a ANFAVEA mantém cautela sobre o futuro do mercado em 2025.

Entre as principais preocupações está o impacto das tarifas mais altas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre veículos da China e do México. A medida pode levar esses países a direcionar sua produção para o Brasil, afetando a competitividade da indústria nacional. Além disso, a ameaça do presidente argentino Javier Milei de retirar a Argentina do Mercosul também gera incertezas, já que o país vizinho é um dos principais destinos das exportações brasileiras.

As montadoras de veículos pesados, como caminhões e ônibus, estão particularmente atentas a dois fatores: o aumento do diesel e a possibilidade de alta dos juros nos próximos meses. Segundo Eduardo Freitas, diretor de veículos pesados da ANFAVEA, ambos os fatores podem impactar diretamente o setor. “O aumento do diesel eleva significativamente o custo do frete, enquanto a expectativa de juros mais altos gera incerteza para o segmento”, explicou.

A ANFAVEA reforça que a alta dos juros afeta toda a indústria automotiva, já que, em 2024, 45% dos veículos vendidos no Brasil foram adquiridos por meio de financiamento. Com o cenário econômico ainda indefinido, o setor segue atento às próximas movimentações políticas e financeiras que podem influenciar a indústria de veículos no país.

( Informações ANFAVEA e Agência Brasil )