Após quatro dias de paralisação, a greve dos rodoviários em São Luís chegou ao fim nesta quinta-feira (20), com a retomada da circulação dos ônibus urbanos. A decisão foi tomada após a Justiça do Trabalho determinar, em caráter emergencial e provisório, um reajuste salarial de 7% e um aumento de 10% no valor do ticket alimentação dos trabalhadores do setor.
A medida foi estabelecida pela desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-16). Apesar da determinação, a categoria reivindicava reajustes superiores: 15% para motoristas que trabalham com cobradores e 25% para aqueles que atuam sem auxiliares.
Com o encerramento da greve, as medidas emergenciais adotadas pela Prefeitura de São Luís, como o financiamento de corridas por aplicativos e a concessão de vouchers diários de R$ 100 para pacientes que realizam tratamento médico, foram descontinuadas.
Decisão judicial e multa em caso de descumprimento
A Justiça do Trabalho determinou que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (STTREMA) garantisse a circulação de pelo menos 80% da frota para evitar impactos severos à população. O não cumprimento dessa medida poderia resultar em uma multa diária de R$ 100 mil para o sindicato.
Apesar da determinação judicial, o processo de negociação entre rodoviários e empresários do setor ainda não foi concluído. O Tribunal Regional do Trabalho destacou que a busca por um acordo definitivo seguirá até que haja consenso entre as partes.
Transporte semiurbano retomou atividades antes
Enquanto a paralisação dos ônibus urbanos seguiu até esta quinta-feira, o transporte semiurbano, que atende municípios da Região Metropolitana de São Luís, voltou a operar um dia antes. Após uma audiência de conciliação, as partes concordaram com o reajuste salarial de 7% e o aumento no ticket alimentação, viabilizando o retorno das atividades.
Atualmente, o sistema semiurbano conta com 444 ônibus operados por 19 empresas em 82 linhas, segundo dados da MOB (Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos).
Apesar do fim da greve, o impasse sobre reajustes salariais e condições de trabalho continua em discussão, e novos desdobramentos podem ocorrer nos próximos dias.
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